Vol. 19, nº 2, 2013

A dimensão geográfica das eleições brasileiras

DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-62762013000200002

Autores

Thiago Marzagão

Universidade Estadual de Ohio

Resumo

Por que municípios próximos tendem a ter resultados eleitorais semelhantes? Testam-se aqui três possíveis explicações: as interações sociais entre residentes de municípios próximos; a concentração das campanhas eleitorais em determinadas regiões em detrimento de outras; e as similaridades socioeconômicas observadas entre municípios próximos. Com dados das eleições de 2010 e ferramentas de econometria espacial, a primeira hipótese foi rejeitada; a segunda hipótese foi corroborada preliminarmente; e a terceira hipótese foi corroborada inequivocamente. Os dados mostram ainda que Dilma Rousseff "herdou" a base geográfica de Lula e que essa base é bastante diferente da do PT, que continua sobretudo um partido urbano.

Palavras-chave

geografia eleitoral; econometria espacial; partido dos trabalhadores (PT)

Abstract

Why do nearby towns tend to have similar electoral results? We test here three possible explanations: social interactions between inhabitants of nearby towns; the concentration of campaign strategies in some areas to the detriment of other areas; and the socioeconomic similarities of nearby towns. Using data from the 2010 elections and spatial econometrics, we rejected the first hypothesis; we found some preliminary support for the second hypothesis; and we found unequivocal support for the third hypothesis. The data also show that Dilma Rousseff “inherited” Lula’s electoral basis of support and that this is quite different from that of the PT, which remains an urban-based party.

Keywords

electoral geography; spatial econometrics; workers’ party (PT)

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