Vol. 18, nº 1, 2012

TENDÊNCIAS - Percepções sobre o envolvimento da mulher na política

Resumo

Este Tendências aborda o papel da mulher na política e seu envolvimento com a política partidária e governamental no cenário da democracia recente a partir das percepções dos eleitores brasileiros. São duas as pesquisas apresentadas aqui: a primeira realizada pelo IBOPE em parceria com o Instituto Patrícia Galvão no começo do ano de 2009 e a segunda, o ESEB_Estudo Eleitoral Brasileiro 2010, realizado imediatamente após a eleição da presidente Dilma. Tendências está dividido em quatro seções. A primeira, baseada em dados do ESEB, apresenta dados sobre os motivos para votar ou não votar em mulheres para um cargo majoritário, e o impacto de características socioeconômicas sobre esses votos. A segunda seção destaca as mudanças para a política e para democracia brasileiras caso um maior número de mulheres fosse eleita para cargos políticos. Um ano antes da campanha presidencial que elegeu a presidente Dilma, a grande maioria dos entrevistados já apontava acreditar em mudanças positivas na prática política do país se mais mulheres fossem eleitas para cargos de liderança e de representação, indicando, por exemplo, a crença em maior honestidade e maior compromisso político. Em seguida, no cenário pós-eleitoral de 2010, percentuais também bastantes elevados de entrevistados, mulheres e homens, afirmaram discordar que os homens seriam mais adequados para a política e que faltava experiência às mulheres para realizarem um bom governo. A terceira seção, organizada apenas com opiniões de eleitores do sexo masculino, retrata o apoio dos homens à dedicação de suas companheiras à carreira política. Em um cenário de apoio da maioria dos homens à eventual candidatura de suas mulheres, essa tendência varia positivamente com o aumento do grau de instrução e negativamente com o aumento da idade dos entrevistados. A quarta seção, finalmente, traz dados sobre o conhecimento e o apoio a medidas que promovam os direitos e a igualdade política das mulheres: esse conjunto de dados revela o alto desconhecimento dos cidadãos, inclusive das mulheres sobre, por exemplo, a política de cotas partidárias, que obriga os partidos a reservarem 30% de suas vagas a candidaturas femininas. Em linhas gerais, no conjunto dos resultados, é notável que seja a escolaridade, e não o sexo, a variável que mais diferencia os entrevistados quanto às percepções das potencialidades e possibilidades das mulheres na política. Editores de OP

Palavras-chave

preconceito; mulheres; participação; envolvimento político

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