Vol. 26, nº 1, 2020

PSOL versus PSOL: facções, partidos e mídias digitais

DOI: https://doi.org/10.1590/1807-0191202026198

Autores

Marcelo Alves dos Santos Junior

Superintendência de Comunicação Social

Universidade Federal Fluminense

Afonso de Albuquerque

Departamento de Estudos Culturais e Mídia

Universidade Federal Fluminense

Resumo

Este artigo investiga os desafios que as mídias sociais apresentam em relação ao poder das cúpulas dos partidos de definir o discurso majoritário. A hipótese é de que, em contexto de fragmentação partidária, as mídias sociais oferecem oportunidades para correntes internas vocalizarem insatisfações e negociarem suas agendas publicamente, o que gera ruídos externos e dificulta consensos. O estudo de caso focaliza as disputas travadas entre diferentes facções do PSOL acerca da aliança com PT, PCdoB e Rede na eleição para a prefeitura do Rio de Janeiro em 2016. Coletamos dados a partir de requisições à Graph API para mapear a presença de lideranças, diretórios, facções e núcleos dos quatro partidos. Os achados indicam a distância estrutural entre os subsistemas comunicativos organizados em torno do PSOL e do PT-PCdoB e a ríspida discussão pública sobre a composição da aliança eleitoral.

Palavras-chave

mídias sociais; partido; PSOL; esquerda; facebook

Abstract

This paper investigates the challenges posed by social media to the directive head of the parties to define the majority discourse. The hypothesis is that in a context of party fragmentation, social media offer opportunities for internal currents to vocalize dissatisfactions and to publicly negotiate their agendas publicly, which generates external noise and hinders consensus. The case study focuses on the coalition negotiations among PSOL factions, PT, PCdoB and Rede for the 2016 Rio de Janeiro City Hall election. This study has collected public data by querying the Facebook Graph API, searching fan pages of leaders, directories, factions and local representations. The sample is composed of 189 pages, from which 54 are connected to PSOL organization and 10 factions. The findings indicate the structural distance between the communicative subsystems organized around PSOL and PT / PCdoB, with separate clusters on Facebook and a strong public discussion about the composition of the electoral alliance.

Keywords

social media; party; PSOL; left; facebook

Résumé

Cet article examine les défis que les médias sociaux présentent pour le pouvoir des sommets de partis de définir le discours de la majorité. Sur la base de l’approche organisationnelle théorique de la communication entre partis, l’hypothèse est que les médias sociaux fragmentent la communication entre partis divisés et offrent aux courants internes la possibilité d’exprimer leur mécontentement et de négocier publiquement leurs programmes. L’étude de cas porte sur les différends entre différentes factions du PSOL sur l’alliance avec PT, PCdoB et les élections du conseil municipal de Rio de Janeiro en 2016. Nous avons collecté des données à partir de demandes adressées à Graph API afin de renforcer la présence de dirigeants, répertoires, factions et noyaux des quatre partis, comprenant un échantillon de 189 pages de fans, dont 54 représentent le PSOL, dont 10 factions. Les résultats indiquent la distance structurelle entre les sous-systèmes de communication organisés autour du PSOL et du PT / PCdoB, avec des clusters séparés sur Facebook et un débat public animé sur la composition de l'alliance électorale.

Mots Clés

médias sociaux; parti; PSOL; gauche; facebook

Resumen

Este artículo investiga los desafíos que presentan las redes sociales en relación con el poder de las cumbres de los partidos para definir el discurso mayoritario. La hipótesis es que en un contexto de fragmentación de los partidos, los medios de comunicación social ofrecen oportunidades para que las corrientes internas vocalicen las insatisfacciones y negocien sus programas públicamente, lo que genera ruido externo y dificulta el consenso. El estudio de caso se centra en las disputas entre las diferentes facciones de PSOL sobre la alianza con PT, PCdoB y las elecciones del Consejo de la Ciudad de Río de Janeiro en 2016. Recopilamos datos de solicitudes a Graph API para aumentar la presencia de líderes, directorios, facciones y núcleos de las cuatro partes, que comprenden una muestra de 189 páginas de admiradores, de las cuales 54 representan PSOL, de las cuales 10 facciones. Los resultados indican la distancia estructural entre los subsistemas comunicativos organizados en torno a PSOL y PT/PCdoB, con grupos separados en Facebook y una fuerte discusión pública sobre la composición de la alianza electoral.

Palabras Claves

redes sociales; partido; PSOL; izquierda; facebook

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