Vol. 20, nº 3, 2014

TENDENCIES Data Report: Opinions on public security issues and social behavior

Resumo

Este Tendências apresenta as opiniões dos brasileiros sobre questões de segurança pública e comportamento social entre meados dos anos 1990 e 2012 e está organizado em três seções. A primeira delas aborda dimensões relacionadas à violência urbana - as percepções dos entrevistados sobre as causas da criminalidade e suas medidas punitivas, como a redução da maioridade penal e a pena de morte. Os dados mostram que, para a maior parte dos entrevistados, a criminalidade é causada pela maldade das pessoas, quando esta é contraposta à falta de oportunidades. Os entrevistados também são majoritariamente favoráveis à redução da maioridade penal através do tempo, mas mostram-se mais divididos com relação à adoção da pena de morte, embora a aceitação da mesma seja crescente desde meados dos anos 1990. Esta primeira seção traz ainda opiniões sobre a posse de armas de fogo por parte dos cidadãos comuns - nesse caso, as pesquisas mostram que os entrevistados mantêm-se bastante contrários a ela no período - e sobre a legalização das drogas - incluída nesta seção por sua associação com a violência e criminalidade e não por seu aspecto comportamental (uso de drogas). A segunda seção trata das percepções dos cidadãos sobre direitos e sexualidade entre 1997 e 2012, trazendo as opiniões sobre a legalização do aborto e da união entre pessoas do mesmo sexo. A maioria dos entrevistados aponta que o homossexualismo deve ser aceito pela sociedade, mas não reconhece o direito à legalização das uniões homoafetivas. Com relação ao aborto, os dados seguem a mesma tendência de não aceitação e mostram ainda que entre 1997 e 2010 as opiniões contrárias à sua prática aumentam significativamente. A terceira seção, finalmente, traz as opiniões dos brasileiros sobre a possibilidade de inclusão dos negros através da política de cotas para o ingresso em universidades e em empresas e opiniões sobre as suas possibilidades de sucesso profissional. Estas questões já foram abordadas no Encarte Tendências, vol.11, nº2 (2005). Naquela ocasião, mostramos que, entre 1995 e 2003, a concordância com as cotas para negros e afrodescendentes aumentou de pouco menos da metade dos entrevistados para quase 60%. Neste encarte, a retomada desses dados e a inclusão de dados para 2008 mostram que no intervalo entre 2003 e 2008 o percentual de entrevistados que concordam com a política de reserva de vagas para pessoas negras e afrodescendentes sofreu ligeira queda, ainda que se mantenha acima de 50% dos entrevistados. Para o ano de 2008, complementamos esta seção com a percepção sobre o significado das cotas para negros e afrodescendentes nas universidades e, neste caso, menos de 1/5 dos entrevistados concordam que a reserva de vagas é uma política compensatória necessária para a inclusão dos negros quando esta ideia é contraposta à meritocracia como forma de ingresso nas universidades.

Palavras-chave

criminalidade; redução da maioridade; pena de morte; porte de armas; drogas; aborto; homossexuais; racismo

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